Poucos tópicos bíblicos
geram mais discussão do que a blasfêmia contra o Espírito Santo. Todos parecem
saber que esse pecado é imperdoável, mas as opiniões diferem amplamente quanto
ao que ele é. Alguns dizem que é suicídio, outros que é adultério, e ainda
outros pensam que se refere à rejeição do evangelho depois que o Espírito Santo
veio no dia de Pentecostes. Quase ninguém se detém para examinar os contextos
das referências à blasfêmia contra o Espírito Santo. Como acontece com todos os
outros assuntos, a análise disciplinada e cuidadosa do texto esclarece a
confusão. Infelizmente, muitas pessoas
religiosas desenvolveram o hábito de resolver os assuntos sem nem mesmo olhar
para o texto, muito menos estudá-lo atentamente. Os textos relevantes são
encontrados nos três primeiros evangelhos. Em Mateus 12, as afirmações de Jesus
sobre blasfemar contra o Espírito Santo ocorreram quando ele curou um homem
cuja possessão pelo demônio o havia feito cego e mudo. Em Marcos 3, a cura não
é mencionada, mas a maioria do que Jesus disse na ocasião é. Lucas registra a
cura no capítulo 11 e menciona a blasfêmia contra o Espírito Santo em 12:10.
O Contexto
O Contexto
"Então, lhe trouxeram um
endemoninhado, cego e mudo; e ele o curou, passando o mudo a falar
e a ver. E toda a multidão se admirava e dizia: É este, porventura, o
Filho de Davi? Mas os fariseus, ouvindo isto, murmuravam: Este não expele
demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios" (Mateus 12:22-24)).
Note três coisas:
Primeiro; Jesus curou um homem que
era cego e mudo. Há simplicidade impressionante no modo como Mateus registrou o
milagre: ele simplesmente disse que o homem falou e viu.
Segundo; a multidão viu o que
Jesus fez e começou a concluir que ele poderia ser o Filho de Davi; isto
é, o Messias.
Terceiro; os fariseus ouviram o
que o povo estava dizendo e decidiram que eles tinham que descobrir algum plano
radical para calar a influência de Jesus. Eles o acusaram de expelir demônios
pelo poder de Satanás. Eles estavam tentando neutralizar o efeito dos milagres
de Jesus e impedir os outros de crerem nele. Esta era uma manobra brilhante por
parte dos inimigos de Jesus porque não somente explicava suas grandes obras,
mas lançava uma sombra de suspeita sobre ele. Era imperativo que ele
respondesse convincentemente à acusação deles.
A Defesa de Jesus"Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. Se Satanás expele a Satanás, dividido está contra si mesmo; como, pois, subsistirá o seu reino? E, se eu expulso demônios por Belzebu, por quem expulsam os vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes. Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós. Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E, então, lhe saqueará a casa" (Mateus 12:25-29).
A Defesa de Jesus"Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. Se Satanás expele a Satanás, dividido está contra si mesmo; como, pois, subsistirá o seu reino? E, se eu expulso demônios por Belzebu, por quem expulsam os vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes. Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós. Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E, então, lhe saqueará a casa" (Mateus 12:25-29).
Jesus respondeu com três pontos.
Primeiro; ele mostrou que era
ilógico pensar que Satanás estava lutando consigo mesmo. É difícil imaginar que
o diabo pudesse ser tão tolo. Poucos procuram ferir a si mesmos, e aqueles que o
fazem provavelmente não sobreviverão por muito tempo. Se, de fato, o diabo
tivesse começado a atacar a si mesmo e aos seus próprios servos, então todos
poderiam deixar de se preocupar com ele, porque seu reino logo desapareceria.
Segundo; Jesus questionou os
fariseus sobre os outros que estavam expelindo demônios. Ele estava,
provavelmente, se referindo a pessoas a quem ele tinha dado o poder de expelir
demônios (veja Mateus 10:1; Lucas 9:49-50; 10:1, 17). Muitos destes eram,
provavelmente, filhos dos próprios fariseus. Conquanto eles pudessem
levianamente acusar Jesus de expelir demônios em aliança com o diabo,
certamente eles não estariam querendo dizer o mesmo de seus próprios filhos.
Finalmente, Jesus mostrou como sua expulsão de demônios era parte do programa do reino. A missão de Jesus era tirar pessoas do domínio de Satanás. Antes de ele vir, Satanás podia, por causa do pecado, declarar que todos os homens eram sua propriedade. Jesus veio para perdoar os pecados e assim "roubar" do diabo aquelas almas que ele tinha considerado como suas possessões. Para poder roubar a casa de um valente, contudo, precisa-se primeiro amarrá-lo, antes de tirar seus bens. Isto é o que Jesus estava fazendo ao expelir demônios. Ele estava amarrando Satanás para que ele pudesse tomar as almas que tinham estado sob o controle do diabo. Este era um conflito entre dois reinos. Jesus, libertando os homens do domínio demoníaco, estava demonstrando que sua soberania era superior à de Satanás.
A Advertência de Jesus"Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha. Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir" (Mateus 12:30-32).
Finalmente, Jesus mostrou como sua expulsão de demônios era parte do programa do reino. A missão de Jesus era tirar pessoas do domínio de Satanás. Antes de ele vir, Satanás podia, por causa do pecado, declarar que todos os homens eram sua propriedade. Jesus veio para perdoar os pecados e assim "roubar" do diabo aquelas almas que ele tinha considerado como suas possessões. Para poder roubar a casa de um valente, contudo, precisa-se primeiro amarrá-lo, antes de tirar seus bens. Isto é o que Jesus estava fazendo ao expelir demônios. Ele estava amarrando Satanás para que ele pudesse tomar as almas que tinham estado sob o controle do diabo. Este era um conflito entre dois reinos. Jesus, libertando os homens do domínio demoníaco, estava demonstrando que sua soberania era superior à de Satanás.
A Advertência de Jesus"Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha. Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir" (Mateus 12:30-32).
Aqui, Jesus advertiu sobre a
necessidade de decidir em que lado estar. A guerra torna a neutralidade
impossível. Temos que servir a Jesus ou a Satanás.
Jesus também advertiu sobre o perigo de blasfemar contra o Espírito Santo. Sabemos que Jesus expelia demônios pelo poder do Espírito Santo: "Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós" (Mateus 12:28). Então, quando eles o estavam acusando de expelir demônios por Belzebu, o rei dos demônios, eles estavam blasfemando contra o Espírito Santo, o verdadeiro poder através do qual estas grandes coisas estavam sendo executadas. Eles não somente testemunharam a forma humana de Jesus, mas viram a demonstração do Espírito Santo. Pode ter sido perdoável terem deixado de reconhecê-lo como um homem, mas desde que Deus tinha posto seu Espírito dentro dele (Mateus 12:18), eles não tinham desculpa.
Jesus também advertiu sobre o perigo de blasfemar contra o Espírito Santo. Sabemos que Jesus expelia demônios pelo poder do Espírito Santo: "Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós" (Mateus 12:28). Então, quando eles o estavam acusando de expelir demônios por Belzebu, o rei dos demônios, eles estavam blasfemando contra o Espírito Santo, o verdadeiro poder através do qual estas grandes coisas estavam sendo executadas. Eles não somente testemunharam a forma humana de Jesus, mas viram a demonstração do Espírito Santo. Pode ter sido perdoável terem deixado de reconhecê-lo como um homem, mas desde que Deus tinha posto seu Espírito dentro dele (Mateus 12:18), eles não tinham desculpa.
Ligue estas afirmações sobre o perigo de blasfemar contra o Espírito Santo com
o próximo ponto que Jesus afirmou: "Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom
ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. Raça
de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do
que está cheio o coração. O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o
homem mau do mau tesouro tira coisas más. Digo-vos que de toda palavra frívola
que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas
palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado" (Mateus 12:33-37).
Jesus
estava mostrando que o problema da blasfêmia é muito mais sério do que meras
palavras por si mesmas. O que dizemos revela o que somos. Se alguém examina o
conteúdo do balde, sabe o que está no fundo o poço. Se alguém examina as
palavras que são faladas, ele sabe o que está no coração. Palavras são sinais de caráter.
E isto não é verdade somente
quanto a palavras de blasfêmia, é verdadeiro também quanto a palavras de
confissão. Paulo escreveu: "Se, com tua boca, confessares Jesus
como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os
mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se
confessa a respeito da salvação" (Romanos
10:9-10). Não é que as palavras, em si mesmas, tenham algum poder mágico,
supersticioso, mas é que as palavras mostram algo mais profundo sobre nós.
Quando os acusadores de Jesus o acusaram de expelir demônios pelo diabo, mostraram uma profunda dureza de coração. Assim como o homem falou e viu, assim os inimigos viram o Espírito expelir demônios e falaram contra ele. Estavam tão empedernidos contra a verdade que podiam realmente testemunhar os maravilhosos milagres e santidade de Jesus e, ainda assim, acusá-lo, sem hesitar, de estar aliado ao diabo. Eles estavam extremamente cegos e corrompidos. Enquanto outras blasfêmias podiam ser perdoadas, a blasfêmia deles contra Jesus demonstrava um grau de dureza espiritual que poderia tornar impossível para eles o arrependerem-se.
Quando os acusadores de Jesus o acusaram de expelir demônios pelo diabo, mostraram uma profunda dureza de coração. Assim como o homem falou e viu, assim os inimigos viram o Espírito expelir demônios e falaram contra ele. Estavam tão empedernidos contra a verdade que podiam realmente testemunhar os maravilhosos milagres e santidade de Jesus e, ainda assim, acusá-lo, sem hesitar, de estar aliado ao diabo. Eles estavam extremamente cegos e corrompidos. Enquanto outras blasfêmias podiam ser perdoadas, a blasfêmia deles contra Jesus demonstrava um grau de dureza espiritual que poderia tornar impossível para eles o arrependerem-se.
O
problema aqui é o problema deles, não de Deus. Deus tem capacidade ilimitada
para perdoar a qualquer que o busque, mas estas pessoas não tinham coração para
buscá-lo. Portanto, eles nunca seriam perdoados.
Lições Práticas
Considere três pensamentos práticos.
Lições Práticas
Considere três pensamentos práticos.
Primeiro; Jesus demonstrou uma
admirável capacidade para superar objeções. Ele calmamente respondeu a cada
acusação e combinou a resposta com um importante ensinamento. Ele nunca ficava
frustrado, mas sempre respondia perfeitamente. Segundo; ver milagres não mudava
os inimigos de Jesus. Eles eram incorrigíveis. Nós também podemos desenvolver
corações endurecidos. Hoje, alguns pensam que creriam se apenas pudessem ver
Jesus vivo fisicamente na terra, novamente, e testemunhar alguma grande
demonstração de poder. Estes o viram, mas isso não teve efeito. O fato que
muitos hoje recusam Jesus é por causa de seus corações endurecidos, não por
causa de evidência insuficiente.
Finalmente; considere a
importância das coisas que dizemos. Somos responsáveis por nossas palavras e
atos. O que dizemos e fazemos reflete nossa verdadeira natureza. Não há nada
que saia de nossa boca que não estivesse antes em nossa mente. Precisamos
vigiar nossa língua... e nosso coração.
- por Gary Fisher
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