Quebrando um paradigma da Oração - Parte 2

Para compreender esta postagem, é imprescindível ler a primeira parte deste estudo. Se você ainda não leu clique aqui.

Vamos continuar nosso estudo observando alguns acontecimentos deste mesmo período no livro de Atos.

O evangelho de Jesus começava a espalhar-se pelo mundo. Deus estava agindo, e usando àqueles que se dispunham para o serviço de Sua obra. Filipe era um desses instrumentos de Deus. Não sabemos dizer, se Filipe imaginava que o Senhor estava interessado em levar seu evangelho à Etiópia, mas o fato é que direcionado pelo Espírito, ele pôde participar deste mover de Deus, quando se aproximou de um etíope, cujo coração já estava sendo trabalhado pelo Senhor, pois estava lendo o livro do profeta Isaías e interessado em entender mais sobre àquele que haveria de vir (Atos 8:26-34).

Vemos também um mover de Deus na vida de Saulo, até então um perseguidor dos cristãos (Atos 9:10-19)

Ananias, que era um discípulo de Cristo, pensava que Saulo estava com planos maus, e questionou o pedido do Senhor, que dizia para ele ir ao encontro de Saulo.

Ananias nem se deu conta de que Deus poderia estar agindo no coração daquele homem tão cruel. Enquanto provavelmente orava para Deus livrá-los das mãos de Saulo, o Senhor o convida a participar de seu maravilhoso plano na vida dele.

E desta mesma maneira o Senhor nos diz hoje: “Vocês pensam que eu estou desocupado aqui no céu? Que estou descomprometido em espalhar o meu evangelho? Eu estou em movimento. Estou trabalhando para o desenvolvimento de meus planos. Vocês querem participar ou não?”

Foi nestes termos que Ananias respondeu ao Senhor: “Sim, Senhor. Eu quero participar.” E só então foi até onde Saulo estava, e o chamou de irmão (Atos 9:17)!

Oração é uma conversa com Deus a respeito do que estamos fazendo juntos (Dallas Willians)

Quando orarmos, devemos nos disponibilizar para Deus, no sentido de participar e ser um cooperador com Ele. Não dizer para Ele fazer as coisas, como se Ele não estivesse muito mais interessado em fazê-las do que nós. Antes, devemos ter a consciência de que Deus quer que participemos junto com Ele de seus planos. O Senhor quer usar-nos como instrumentos, mas precisamos nos dispor, pois não vai obrigar-nos a isso.

Podemos até imaginar Ananias intercedendo por Damasco, com intenção de colocar Deus em movimento: “Ó Soberano Senhor, salva o povo de Damasco que está sendo perseguido especialmente por Saulo!”

Mal sabia Ananias que Deus já estava em movimento, cuidando de Damasco, e trabalhando na vida de Saulo.

Veja como seria uma oração sensata de Ananias, a respeito daqueles acontecimentos: “Sei que o Senhor está agindo sobre todas as coisas. Sei que o Senhor está vendo um homem chamado Saulo, perseguidor dos teus servos em Damasco. Sei que o Senhor quer abençoar a vida deste Saulo também, pois Tu és um Deus abençoador. Será que eu posso ser instrumento ou ser usado de alguma forma, naquilo que o Senhor está fazendo? Será que eu posso de alguma forma, ser incluído naquilo que queres fazer?

Depois de orar, seria oportuno Ananias ficar em silencio, esperando que Deus o movesse com Ele.

Não é a oração da igreja que está conduzindo o Espírito Santo, mas o Espírito Santo é quem está conduzindo a igreja.

Estamos prontos para pagarmos o preço de sermos colocados em movimento com o Espírito Santo? Estamos prontos para sermos direcionados por Ele, conduzidos por Ele? Podemos escolher participar, ou ficarmos de fora do mover de Deus.

A nossa oração inclui sim em falarmos com Deus, mas muito mais em ouvi-Lo. Inclui também uma expectativa da ação poderosa de Deus em nós, mas muito mais, a disponibilidade para que Deus nos coloque em ação. Implica a expressão da nossa preocupação diária, do nosso cuidado, do nosso desejo de abençoar pessoas, mas implica muito mais na nossa confiança em que Deus está ocupado, trabalhando, abençoando, agindo, porque Ele é fiel, independentemente de nós (2 Timóteo 2:13).

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