O grito do Pobre

"Fizeram chegar a Ele o grito do pobre, e Ele ouviu o clamor do necessitado" (Jó 34:25)

O grito do pobre é mais perigoso que a arma mais poderosa do planeta. Mais perigoso que uma bomba atômica e um tanque de guerra. Por uma única e simples razão: O grito do pobre costuma chegar até os ouvidos de Deus, o Senhor Todo-Poderoso! (Tiago 5:4)

Devemos ter medo do grito do pobre. Não levamos o pobre a sério e ele tem gritado há muito tempo. E há muito tempo seus gritos têm entrado até os ouvidos de Deus.

Talvez não haja mais tempo para se ouvir o grito do pobre. Talvez seja tarde de mais.

Enquanto nos preocupamos com segurança para as nossas casas, portões e grades nas janelas, sistemas sofisticados de proteção eletrônica, carros , dinheiro, conforto; os pobres tem apenas o recurso do grito. Mas o grito dos pobres, quando é dirigido ao céu, em direção ao Trono do Todo-Poderoso, é muito perigoso.

Não é pouco provável que Deus já esteja ouvindo esses gritos e tomando providências, sem que nós tenhamos acordado para o fato.

A agitação, a insegurança, a violência urbana e a corrupção generalizada não seriam manifestações da justiça divina? As inúmeras guerras, as revoltas, os protestos na Líbia não seriam manifestações da justiça divina? O Tsunami no Japão, a catástrofe com a Usina Nuclear, o incidente com a contaminação dos mares Norte-americanos pelo petróleo não seriam manifestações da justiça divina? As enchentes devastadoras dos últimos meses, a destruição da Serra Fluminense no RJ (maior catástrofe natural da história do Brasil) não seriam manifestações da justiça divina? Os danos quase irreversíveis do aquecimento global e suas muitas consequencias, não seriam manifestações da justiça divina?

Precisamos entender com urgência que não há nada pior para a humanidade do que quando Deus retira as "cordas e os freios" e deixa o ser humano ao léu de sua vontade. (Rm 1:24-27)

Mas talvez ainda haja lugar para uma sociedade isenta de opressão, que preocupa-se com o próximo e demonstra amor ao necessitado. Nesse caso não haverá o grito do pobre. Ele não terá do que se queixar, pois não foi usado, não foi rejeitado nem desprezado. Ao contrário, aquele que possui alguma coisa dividiu com ele seus bens, não o deixou sem roupa, sem teto, sem amor.